sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Quando o passado chega e nos engole

Segunda feira foi o dia mais triste do ano, diz uma qualquer teoria matemática, a chamada "blue monday", e para mim foi sim um dia triste... dia em que o passado entrou de rompante na minha vida e abalou os alicerces que construo com toda a dedicação e carinho desde há dois anos para cá...

Namorei durante sete longos e felizes anos, tudo acabou de forma inesperada e repentina, a entrada de alguém na vida do meu ex fez talvez precipitar todo o terminar o que obviamente tornou tudo bem mais doloroso para todos e em especial para mim...

Sofri, passei mal, tive alguns momentos de desespero, de culpa, de angústia, de mágoa (acho que esta ainda tem resquícios em mim) mas depressa me levantei e cinco meses depois de tudo ergui-me e abri-me ao mundo outra vez.... Pus de lado 7 anos da minha vida e segui em frente...

A raiva essa foi apaziguando e hoje quando olho para ele não sinto raiva mas acho que mágoa essa ainda habita em mim... não se age do modo que agiu com alguém que fez parte da sua vida durante 7 anos... Respeito, consideração, zero... Enfim... já teorizei muito sobre o tema e não chego a grandes conclusões a não ser que talvez não tenha tido assim tanta importância... Não se apagam sete anos de vida mas pelos vistos esquecem-se... viver e aprender...

Durante estes dois anos não falámos, não mantivemos qualquer contacto, vimos-nos cerca de 3 vezes em 2 anos, não fazemos parte da vida um do outro, não temos qualquer influência um no outro a não ser nas lembranças  porque sim... não se apagam 7 anos de vida em comum...

E de repente nesta blue monday recebo a noticia: Vai ser pai!

Pai? Como assim?

Vai ter um filho?

E sim o mundo desabou naquele momento... Não percebo porque, porque me afectou, porque me deitou a baixo, porque me deu um ataque de choro, porque me doeu saber desta noticia, porque não consegui desejar-lhe felicidades... Penso ter sido do choque...

Acho que alguém que faz parte da nossa vida durante tanto tempo, com quem acabámos por fazer inúmeros planos de vida que foram por água abaixo e de repente vês a vida dele avançar à velocidade da luz, a recompor-se (acho que a dele nunca se desmoronou)...

No dia seguinte já me tinha passado a neura mas naquele dia chorei como se não houvesse amanhã, deitei tudo cá para fora e sim no primeiro impacto mostrei fraqueza, mostrei que me afectava, que me deixou triste... Mas não consigo explicar o porquê dessa tristeza...

Não gosto dele, não o amo, não estou apaixonada por ele... Será sentimento de posse? Dela finalmente ter ocupado um lugar que nunca foi meu? Até agora ela era a outra, a que me tinha "roubado" o namorado (apesar de acreditar na teoria de que ninguém rouba ninguém) e passou a ser a mãe do filho dele... Um papel que nunca foi meu, um lugar que nunca ocupei na vida dele... É como se ela passasse um nível à minha frente... Sei que é um pensamento completamente egoísta e descabido mas não consegui evitar de o sentir...

À distância de alguns dias, já me habituei e aceitei a ideia, podendo ainda fazer-me alguma confusão mas vou viver bem com isso tenho a certeza... Há muito tempo que segui a minha vida e ele a dele... Que seja feliz... Também serei...



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