quinta-feira, 26 de março de 2015

Recomeço

Se eu já prometi que não voltava
Como é que ainda estou no mesmo sítio?
Como é que a tua mão me acalma a mágoa
Depois de me largar no precipício?
Se já prometi que não te recebia
Como é que hoje ainda te abro a porta?
Como é que ainda aqueces a noite fria
Depois de me deixares ao frio lá fora?
Se eu já te gritei para me largares
Como é que ainda caio aos teus pés?
Como é que te peco p’ra ficares
Depois de me atirares contra a maré?
Se eu já disse que não te escrevo
Como é que ainda é teu este poema?
Como é que eu ainda ando sem medo
Depois de passar por tanto breu sem estrelas?
Se eu já me despedi ainda agora
Como é que ainda estou no teu peito?
Como é que nunca chega a hora
Depois de o fim nos fechar com um beijo?
Se o fim já se deu mais de mil vezes
Como é que ainda deixo que tu finjas?
Como é que ainda caio na rede?
É o amor que sempre renasce das cinzas.

domingo, 15 de março de 2015

Mundo de Abismos

Hoje em conversa com uma amiga percebi um abismo que nos separa, não vivemos no mesmo mundo, não temos a mesma visão das coisas, não concordamos...

Quando alguém namora há 11 anos se depara com as histórias contadas por alguém solteira há 2 anos, numa cidade que respira sexo, traições, promiscuidade e vergonha em cada esquina, o efeito pode ser devastador...

Entra sem aviso, sem preparação num mundo que não conhece, que não é o dela, que não sabe como lidar, que não acredita muitas vezes existir...

Aqui tens de chamar a ti toda a compreensão, humanidade, amizade, aceitação pelo outro...

Mas como explicas a quem namora há 11 anos que muitas vezes te envolves sem amor, que te rendes a um one night stand, que te envolves com homens comprometidos, que não te rendes à hipocrisia que quem está "preso" numa relação vive, que o físico impera tentando (muitas vezes em vão) proteger o coração?

Ela não sabe o que é coleccionar desilusões, desgostos, amarguras, quedas no asfalto da vida, falhas... A cada uma o coração torna-se mais duro, mais frio, mais impenetrável... Torna-mo-nos mais soltas, mais livres, mais cínicas, mais manipuladoras, mais espertas, mais atentas, mais desenganadas...

E sim o amor não comanda a nossa vida porque o único amor que temos é o amor próprio porque o outro, o tão querido amor pelo outro, tarda em chegar, esconde-se atrás de uma noite de sexo intenso, de atracção sem intenção, porque não existe dia seguinte... É apenas a vida a continuar o seu percurso, sem pesos e sem rumo definido...

Querida J. não queiras saber o que é este mundo se a última vez que nele habitas-te pouco mais de 18 anos tinhas, quando não sabes o que se passa nele há mais de uma década, quando te encerras numa relação que na verdade nem sempre te fez feliz mas que aguentas-te até hoje, lutando arduamente para que tudo o que construís-te se mantivesse... Tens um feitio extraordinário e provavelmente só alguém como tu fez com que tudo resultasse... A espera, a compreensão, a tolerância que sempre depositas-te na tua relação fez com que chegasse onde chegou... Jamais seria capaz de levar certas situações a bom porto... Não é defeito é feitio... Se um dia voltares a saber o que é estar sozinha verás as coisas com outros olhos, de outra forma, de outra perspectiva... Verás como te conheces, como te sentes de dentro para fora, quando a única pessoa com quem podes contar és tu própria, quando o Nós deu lugar ao Eu, quando te tornas a única dona da tua vida, quando tudo passa a depender de ti, quando o mundo que conheces e em que vives desaba e tu com as tuas próprias mãos tens de construir um novo e sim sujarás as mãos, farás más escolhas, sofrerás, mas tudo, tudo o que passamos tem uma razão de ser, tudo o que nos acontece tem um sentido e quando estamos abertos ao mundo, com a nossa consciência limpa, de bem connosco, seguros de nós mesmos ai garanto que ninguém te conseguirá derrubar... sozinha, acompanhada... serás sempre tu e apenas tu neste mundo...

Porque a verdade é que muitas pessoas estão sozinhas quando acompanhadas, porque a única pessoa de quem devemos depender a nossa felicidade é nós mesmos... porque querida J. ninguém de fará tão feliz quanto tu própria...




segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Saber esperar

Quando estás sozinha há dois anos e começas a ficar mesmo farta desta vida de solteira, da vida louca...

Sim é divertida, todas as semanas tens coisas para contar e não vives de todo na pasmaceira mas a instabilidade é tanta que nunca tens o gostinho de estar verdadeiramente bem com alguém...

Interessas-te por poucas pessoas e as poucas que te interessam depressa te desiludem e o investimento feito depressa cai por terra...
Ou porque não têm nada a ver contigo, são traidores da pior espécie, têm namorada, não se querem apaixonar, etc. etc.

Há sempre algo que falha... Há sempre algum pormenor que faz com que não resulte...

Começas a coleccionar falhas atrás de falhas, desilusões e a paciência começa a desaparecer...

E a pergunta surge: O que raio se passa comigo que nada resulta?

Não faltam candidatos mas ou não me interessam ou quando me interessam não resulta por várias razões...

Começa-me mesmo a faltar a paciência para estas histórias que não me levam a lado nenhum... Parece que não evoluo, não ando para a frente, que não saio do mesmo sítio...
Parece que às vezes o mundo conspira contra mim...

Só quero encontrar um amor, que me preencha, que me acrescente, que me faça mais feliz...

Pode ser?

 

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

3 meses depois...

3 meses depois olhei para ti,
3 meses depois toquei-te,
3 meses depois senti que afinal não sais-te da minha vida,
3 meses depois beijei-te,
3 meses depois e tudo continua igual,
3 meses depois e continuo aqui,
3 meses depois e o sentimento permanece,
3 meses depois e a vida não andou,
3 meses depois e continuo de coração faminto,
3 meses depois e continuo a gostar de ti,
3 meses depois ainda me fazes calafrios na barriga,
3 meses depois não me desliguei de ti nem um segundo,
3 meses depois em que não houve um dia que não pensasse em ti,
3 meses depois e continuo à espera que um dia tudo isto mude...



terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Caga na mosca

Na nossa vida vamos passando por diferentes fases. Eu ando numa com pouca pessoa para as pessoas.
Custa me a compreender pessoas que se queixam de tudo, dramatizam tudo, exageram na dimensão das coisas.
Cada vez mais me conformo que a felicidade está dentro de nós, somos nós próprios e é um estado que tem mais a ver com a tua personalidade do que com o resto.
Eu pessoa ser uma pessoa que tenho tudo o que quero, o melhor trabalho, o melhor marido, dinheiro, que não me falta nada, mas se tenho uma mosca em casa  e me focar na mosca,  se essa mosca me atormentar, fazer barulho de noite, pousar na minha comida, essa mosca pode destruir o meu bem estar.


Fiz-me entender?

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Gosto dele mas não gosto da pessoa que ele é...

E de repente numa conversa com uma amiga psicóloga e falando-me de um(a) paciente que lhe disse esta frase, referindo-se ao marido/esposa "gosto dele... mas não gosto da pessoa que ele é..."

E sim esta frase teve um impacto brutal em mim...

Existe alguém na minha vida que gosto mais que tudo mas odeio a pessoa que é... Em bom português é isto...

É possível gostarmos de alguém mesmo não gostando das suas atitudes, da pessoa que é, das suas ideias, da sua forma de falar... E a pergunta surge: Se não gostas da pessoa que ele é, como gostas dele? O que te faz gostar de alguém de "quem não gostas"?

Não sei, não consigo mesmo explicar... Mas esta pessoa na minha vida fez-me ver que tal situação é possível acontecer... Gostar de alguém de quem não se reconhece qualidades, em quem se admira pouco...

Depois de algum tempo talvez seja hábito, carinho de muitos anos consigo arranjar razões para isso acontecer mas e quando o "muitos anos" e o "relação duradoura" não existem?
Talvez só outra vida o possa explicar... Que treta de ligação, que idiota gostar que me faz ficar com raiva de mim própria, que me faz questionar quem sou e o que ando aqui a fazer afinal...

Mas até agora a única conclusão a que consigo chegar é de facto:

GOSTO DELE MAS NÃO GOSTO DA PESSOA QUE ELE É...

Irónico mas verdadeiro...


quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Amar não chega quando não se ama o suficiente

Depois de assistir a um final de relação de uma amiga simplesmente porque não se entendem, porque têm posturas na vida diferentes, não querem o mesmo da vida, pensam de maneiras opostas, não têm os mesmos gostos... Basicamente combinam em ZERO

Apesar de tudo isto tentaram arduamente continuar com esta relação, lutaram por ela... não talvez o suficiente...

Acabaram a relação gostando um do outro mas... será assim?

Será que amar não chega? Ou será que amar não chega apenas quando não se ama o suficiente?

Será o amor quando profundo, sentido e vindo do coração suficiente para ultrapassar todas as agruras que a vida te traz à relação? Enquanto o amor é maior que o Eu, quando o Nós sobressai e passas a ser quase um só? Não chega?

O amor é apenas parte da equação... Ou seja outros denominadores influenciam o resultado... Os gostos, a postura, a cumplicidade também muito têm a dizer sobre a prosperidade de uma relação... O amor diria eu será 60% mas e os outros 40%? O facto do amor ser uma maioria absoluta faz com que, existindo, nos faça arriscar, mesmo sabendo que a probabilidade de nos entendermos seja mínima, que não queremos sequer as mesmas coisas... Mas ai vem o estúpido do amor dizer-nos: "Luta pelo que sentes! Tu gostas tanto dele"
Enfim, deixamo-nos embalar pelo sentimento, sentimo-nos super heróis capazes de ultrapassar tudo e todos... Haverá excepções mas a maioria cai perante uma incapacidade de conciliar o inconciliável e mais uma vez o amor não chega... não chegou...

E sim o amor não chega... (quando não se ama o suficiente! - diz ele O Amor)


sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Não sei se só acontece comigo mas sinto que tenho toda a gente à minha volta mal!
Ou sem receber
Ou à beira do divorcio
Ou com uma doença grave
Ou sem dinheiro para comer

Sinto me cansada, sem energias.
Que fase mais horrível.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Quando o passado chega e nos engole

Segunda feira foi o dia mais triste do ano, diz uma qualquer teoria matemática, a chamada "blue monday", e para mim foi sim um dia triste... dia em que o passado entrou de rompante na minha vida e abalou os alicerces que construo com toda a dedicação e carinho desde há dois anos para cá...

Namorei durante sete longos e felizes anos, tudo acabou de forma inesperada e repentina, a entrada de alguém na vida do meu ex fez talvez precipitar todo o terminar o que obviamente tornou tudo bem mais doloroso para todos e em especial para mim...

Sofri, passei mal, tive alguns momentos de desespero, de culpa, de angústia, de mágoa (acho que esta ainda tem resquícios em mim) mas depressa me levantei e cinco meses depois de tudo ergui-me e abri-me ao mundo outra vez.... Pus de lado 7 anos da minha vida e segui em frente...

A raiva essa foi apaziguando e hoje quando olho para ele não sinto raiva mas acho que mágoa essa ainda habita em mim... não se age do modo que agiu com alguém que fez parte da sua vida durante 7 anos... Respeito, consideração, zero... Enfim... já teorizei muito sobre o tema e não chego a grandes conclusões a não ser que talvez não tenha tido assim tanta importância... Não se apagam sete anos de vida mas pelos vistos esquecem-se... viver e aprender...

Durante estes dois anos não falámos, não mantivemos qualquer contacto, vimos-nos cerca de 3 vezes em 2 anos, não fazemos parte da vida um do outro, não temos qualquer influência um no outro a não ser nas lembranças  porque sim... não se apagam 7 anos de vida em comum...

E de repente nesta blue monday recebo a noticia: Vai ser pai!

Pai? Como assim?

Vai ter um filho?

E sim o mundo desabou naquele momento... Não percebo porque, porque me afectou, porque me deitou a baixo, porque me deu um ataque de choro, porque me doeu saber desta noticia, porque não consegui desejar-lhe felicidades... Penso ter sido do choque...

Acho que alguém que faz parte da nossa vida durante tanto tempo, com quem acabámos por fazer inúmeros planos de vida que foram por água abaixo e de repente vês a vida dele avançar à velocidade da luz, a recompor-se (acho que a dele nunca se desmoronou)...

No dia seguinte já me tinha passado a neura mas naquele dia chorei como se não houvesse amanhã, deitei tudo cá para fora e sim no primeiro impacto mostrei fraqueza, mostrei que me afectava, que me deixou triste... Mas não consigo explicar o porquê dessa tristeza...

Não gosto dele, não o amo, não estou apaixonada por ele... Será sentimento de posse? Dela finalmente ter ocupado um lugar que nunca foi meu? Até agora ela era a outra, a que me tinha "roubado" o namorado (apesar de acreditar na teoria de que ninguém rouba ninguém) e passou a ser a mãe do filho dele... Um papel que nunca foi meu, um lugar que nunca ocupei na vida dele... É como se ela passasse um nível à minha frente... Sei que é um pensamento completamente egoísta e descabido mas não consegui evitar de o sentir...

À distância de alguns dias, já me habituei e aceitei a ideia, podendo ainda fazer-me alguma confusão mas vou viver bem com isso tenho a certeza... Há muito tempo que segui a minha vida e ele a dele... Que seja feliz... Também serei...



quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Haja o que houver...

Todos os dias...

Todos os dias olho para ti...

todos os dias tenho saudades tuas...

Todos os dias desejo que tudo fosse diferente, que estivesse comigo, que me abraçasses, que me olhasses, que me amasses...

Todos os dias te queria beijar...

Todos os dias me recordo...

Todos os dias me esqueço o porque do afastamento...

Todos os dias doí...

Todos os dias aperta...

Todos os dias... haja o que houver... espero por ti...

Era só isto.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Exausta

Exausta de ti. E de tudo aquilo que me fazes sentir. Como se a vida fosse uma montanha-russa permanente. Sempre com o coração quente, a arder.

Sem certezas nenhumas, para além desta: que esta loucura, que me cega, que me exausta, que me consome, só tem um nome na minha boca: tu.

E vive na minha língua, todos os dias e a toda a hora, como se eu não soubesse mais nenhuma outra palavra.


Ano novo vida nova

Minha querida L&L
Andei ausente mas estou de volta.

A Meia noite passou e foste das primeiras pessoas que me lembrei. Talvez por seres das pessoas mais importantes da minha vida, sem duvida uma presença diária, sabes de tudo o que se passa comigo.
Obrigada por estares desse lado.
A minha casa  está a terminar e fica a promessa que estarei não só mais presente online mas mais presente fisicamente.

Tenho  a certeza que será um ano cheio de surpresas e coisas boas para ti.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Virar a página

Se queres virar uma página na tua vida,
Pensa bem antes de o fazer
Sente devagar se o teu coração
Te consegue acompanhar
No desejo de virar, porque antes de o fazer, ele pode vacilar, retroceder, duvidar, não conseguir encontrar o novo caminho que tem de percorrer.

Levanta primeiro uma ponta,
Espreita, respira fundo e imagina
Que a página seguinte está em branco
E és tu quem tens de a escrever. Ninguém pode fazer isso por ti.
Volta atrás as vezes que forem precisas.

Relê a tua vida nas duas versões : aquele que foi e aquela que gostarias de ter sido.

Deixa-te estar a sonha. A relembrar. A saborear. Demora o tempo que for preciso. Dorme sobre o assunto, lê, escreve e viaja. Relaxa.

E um dia acordas e viras aquela página sem medo e sem pena, sem mágoa e sem tristeza,Guarda o melhor numa caixa e sela a tampa para que o passado não te ensombre o presente, e quando finalmente tiveres conseguido virar a página, já estás no futuro que é hoje, aqui e agora, todos os dias.
Até a maré mudar e te trouxer o que mais precisas.